Parecia apenas um dia comum, como outro qualquer…
A habitual parada para o almoço, prometia ser como outra qualquer, já que eram companheiros diários nesse prazer gastronômico.
Ela e seu amigo, dirigiram-se para o usual restaurante no centro da cidade, tipo self service, com buffet variado e grelhados bem servidos e diferenciados, em termos de preço e clientela.
Serviram-se, pesaram seus pratos e andaram em direção ao lado com “vista para o mar” como ela, humoradamente, sempre pedia.
O maitre, solícito, os cumprimentou e indicou a mesa vazia.
Sentaram-se e começaram a comer. Num intervalo e outro, comentavam sobre o dia, sobre trabalho, vida pessoal, música, viagens, como fariam num dia qualquer… O que não era bem verdade… aquele não seria um “almoço qualquer”, com uma “conversa qualquer”, num “dia qualquer”…
Ao final da refeição, estavam apenas conversando quando entrou um rapaz, distinto bem verdade, um quase senhor, usando uma belíssima camisa verde. Não era um “verde qualquer”. Era um verde diferente, algo assim ecológico, “pistache”, muito bonito e, que chamou muito a atenção dela…
Discretamente, o amigo e testemunha, ao perceber sua atenção desviada para outro ponto, perguntou se estava tudo bem, se havia acontecido algo, ao que ela devolveu com a frase “- Está, tudo bem sim, mas tenho a impressão que conheço ‘aquele cara’ de algum lugar …”
Pronto, a senha fora dada.. Seria o sinal de mais um daqueles fatídicos episódios de sua excelente memória visual ?
– Tem certeza ? Você já disse isso outras vezes e, nós dois conhecemos muito bem o desfecho…
E, diante de sua insistência ( “conheço sim, de algum lugar..”), o amigo respondeu:
– Ok, então vá até lá, e converse com ele, cumprimente-o pelo menos… quem sabe você reencontra um velho amigo…
Não foi preciso…
Quase no mesmo instante, o rapaz, já servido, virou-se e caminhou para a mesma direção onde estavam sentados… E, nesse momento, a bandeira do reconhecimento foi hasteada, em toda sua pompa…
Ela, simples e discretamente, escorregou pela cadeira, totalmente sem graça e com o rosto um tanto rosado…
– O que houve ?
– Lembrei de onde ‘o’ conheço, disse ela…
Nesse momento (ainda bem) o tal rapaz percebeu que não haviam mesas disponíveis na direção onde estavam e, então foi obrigado a dar meia volta e sentar-se no lado oposto, com “vista para as montanhas”…
– Ah ! Pelo menos o conhece então ? e quem é ele ?
– Sim, conheço… é meu ex-marido..
Minuto de silêncio… e, em seguida, gargalhadas…
– Eu não disse a você ? Sabia que conhecia ele de algum lugar…
Graças a “mãe natureza”, fora salva de mais um de seus vexames, e no último segundo !
(LCdA, love u buddy !! )